(Imagem ilustrativa de como se parece aproximadamente esta cigana)
Não é Cigana da Praia. É Ciganinha da Praia, justamente pelo seu desencarne ter sido tão novinha. A falange dos espíritos que compõem o nome Cigana da Praia já são espíritos que desencarnaram em idade um pouco mais avançada.
Eu estava no astral quando sua cigana chegou me pedindo se eu poderia falar sobre mim à você. Eu não entendi bem do que se tratava, mas ela me disse que vocês duas faziam um trabalho de levar um pouquinho mais de nós e de nosso trabalho as pessoas terrenas e que não tem como dar as moedas necessárias para comprar os livros para ler sobre nós.
Então eu vim com prazer para contar um pouco da minha história e como eu trabalho, mas só posso contar um pouco.
Meu desencarne foi no ano de 1866, quando eu estava na semana que iria completar os meus 16 anos terrenos.
Bem no iníciozinho antes de eu encarnar eu já trabalhava no astral a muito tempo, mas um dia me pediram e também perguntaram se eu não gostaria de dar alegria a uma mulher chamada Francisca. Tratava – se então de uma cigana bonita, mas muito maltratada pela vida e também pelo marido. Todos ciganos. Me mostraram em qual acampamento cigano eu ficaria, ou seja, em qual grupo. Esta mulher era boa, um pouco amarga pela vida que levava, mas boa, apanhava muito do marido, como era de costume naquela época e com os ciganos não era diferente.
Ela tinha dado ao marido seis filhos homens. Na tradição cigana quando você dava um filho homem, você era tratada como uma rainha pelo seu marido. Era sinal de que você era abençoada por Deus, Nosso Senhor. E coitada da mulher que só dava filha mulher ao marido, era tratada como uma mulher que não era capaz de dar um filho homem, e recebia menosprezo sempre, não só de seu marido, bem como de todos os mais velhos que sempre davam exemplos de inúmeras ciganas que davam filhos homens.
Pois bem, esta mulher chorava muito, porque ela tinha conseguido dar 6 filhos ao marido, mas nenhum desses filhos era uma mulher. Então me perguntaram se eu não gostaria de reencarnar para dar um pouco de alegria a esta mãe, a esta mulher.
Embora eu tivesse o meu trabalho no astral eu aceitei, pois eu passei a acompanhar como ter uma filha era algo precioso para aquela mulher, chamada Francisca.
Um dia ela pediu e chorou tanto nas margens de um rio, pediu tanto clemencia a Deus, ela chorava e pedia muito uma menina, pois já que ela deu os filhos homens que o marido tanto queria, pedia a Jesus que enviasse uma menina para os braços dela. E assim eu resolvi encarnar. Aceitei o pedido. A gestação foi boa. E quando eu reencarnei e ela soube que era uma menina ela ficou muito feliz.
Acontece que eu pedi ao astral que eu ficasse apenas por um período de tempo determinado, os quase 16 anos nesta terra, e assim Deus me concedeu. Consegui ser um instrumento do Senhor dando alegria a minha mãe terrena e voltei para continuar o meu trabalho no astral.
Como era de costume, quando eu nasci logo fizeram um pacto de eu me casar com o filho de uma família de um outro grupo cigano, mas eu não os conhecia (nem ele e nem a família dele).
O tempo passou, eu aprendi desde pequena a ler moedas e as mãos das pessoas, desde muito novinha mesmo eu comecei a aprender. Eu treinava enquanto minha mãe fazia a comida junto com as outras ciganas, ali mesmo, perto dela para que ela me ensinasse se eu errasse algo, pois estava aprendendo. E ai quando as ciganas saiam para ler a sorte das pessoas eu ia junto e ia lendo também. Eu gostava, fazia pelas moedas, porque precisávamos comer, mas eu gostava de fazer o que eu sabia fazer de melhor, ler a sorte das pessoas através das mãos delas e pelas moedas.
Eu tinha sonhos, queria muito conhecer o meu noivo, me casar, ir morar no acampamento dele, ter meus filhos e fazer tudo o que a minha mãe fazia pela gente, meu sonho era fazer de nem ela. Aliais ela era o meu espelho de exemplo cigano. Eu a amava muito, como qualquer filho ama a mãe.
Vocês sabem, cigano era tratado como um animal e sem respeito algum. Eu nasci na Espanha e nunca sai dela, mas nós imigrávamos de um local ao outro, pois era muito perigoso ficarmos em um lugar só, a sociedade não nos permitia.
Como fazia frio naquele inverno europeu, nosso grupo saiu da parte de Serra, do Leste europeu e fomos para a parte praiana, no mesmo pais, na Espanha. Viajamos muito tempo, eram dias que se estenderam a quase um mês quando resolvemos parar ali em uma praia da Europa, porque ali havia água e poderíamos tomar banho. Acampamos as margens da praia. Não na areia, mas perto, sabe. E outra, perto de uma praia tinha sempre um riacho ou coisa do tipo para nossas mães fazerem comida.
Na verdade a parada não era ali naquela cidade, nós ainda teríamos que andar muito, mas sabe todo o acampamento estava seguindo para ir conhecer a família do meu noivo. Eu queria muito o conhecer. E ali faríamos as moedas (dinheiro) necessário para que tivessem as coisas do casamento pago o os presentes do noivo e da família do noivo comprados. Tudo isto era com a família da noiva.
Eu queria muito me casar, ter meus filhos. Queria muito!
Eu fui tomar banho com o meu irmão o Pedro, ele era o filho homem mais novo. Quando eu fui me banhar. Reza a lenda que cigano e povo sujo, mas não somos não. Sempre eu fui muito limpa sim! Sempre gostei muito de água, ai como nós não precisávamos arrumar lá grande coisa, porque éramos tidos como crianças, então fazíamos algumas coisas só. Ajudávamos, mas não era tão intenso como nossas mães e nossos pais.
Fui com Pedro para banhar. Eu estava me sentindo muito suja. Nossas mães faziam sabões ou conseguíamos trocar por moedas os sabões (comprar). Poderíamos ganhar também em troca de ler as mãos. Nossa preferencia era ler as mãos em troca das moedas, porque assim nossas mães iam comprar comidas para todos, mas se a pessoa quisesse nos dá sabões ou qualquer outra coisa aceitávamos, tudo nos servia, dividíamos tudo.
(Clique na imagem e ela aumentará).
Estava me sentindo muito suja, nunca gostei desta sensação, então entrei na água com vontade, mesmo não conhecendo direito aquelas águas do mar. E Pedro ficou mais na beirinha mesmo ali brincando. Água era ótimo. Era muito bom!
Como eu entrei com uma vontade de me banhar grande veio umas ondas fortes, isto era meio que pela manhã, não havia sol, tempo nublado. Vinheram uma onda atrás da outra e já na primeira eu fui mais para dentro do mar ainda, a onda e pegou de costas, eu não sabia direito como lidar com a água ela levou meu corpo carnal para mais para dentro do mar. Eu tentava sair, era desesperador, só me afundava mais e eu já estava longe a água foi muito rápida. Eu tentava, mas não conseguia. Bebi muita água salgada. Eu colocava os braços para o alto para alguém ver, Pedro viu (mas eu mesma só vi isto em espírito) e chamou todos os homens do acampamento que foram para me tirar de lá. Foi tão estranho, porque eu vi eles entrando e pegando o meu corpo no mar, me levaram para a areia, eu estava lá, falava com eles, mas eles não me ouviam. Chegou a ser desesperador, porque eu falava: não, não eu não morri não, eu estou aqui, olha pra mim, me vejam, mas ninguém olhava. Parecia que eles viam um vazio, um nada no lugar do meu espirito, só ai eu percebi que eu estava morta pela tradição terrena.
Minha mãe chorou muito. Ela ficou em estado lastimável até o fim dos seus dias. Ela viveu, mas uma parte dela “morreu junto comigo”. E a culpa caiu toda sobre ela e eu ali tentando explicar que a culpa não era de minha mãe Francisca, e nem do Pedro, mas ninguém me ouvia, ninguém me atendia.
Vaguei com eles durante duas décadas apenas. Queriam me chamar para ir ao astral, eu ia, mas fugia. Eu ai no acampamento ver meu noivo, porque meu pai foi com meu tio (irmão dele) e minha mãe dar satisfação para a família dele, então eu o conheci, ele era muito bonito. Não era lindo, mas bonito. Tinha o jeito meio rude de ser, que eu percebi. Eu tentava consolar minha mãe, mas ela não conseguia me ver e nem me ouvir e nem eu sabia como fazer para que ela me visse e me ouvisse.
Fiquei no acampamento lá por estas duas décadas, não que eu ficasse o tempo todo, porque não ficava, mas eu ia ao astral, via os perigos, dava um jeito de avisar o meu povo em sonho e ia tentando os guiar assim, até que me conscientizaram que mesmo lá fazendo o bem eu ainda não tinha luz e precisava ter e só teria como ter me afastando. Muito difícil que foi, mas assim eu fiz.
Minha mãe nunca mais eu vi, deve estar nesta terra encarnada ou até mesmo trabalhando em meios muito elevados do astral, porque por onde eu ando, não está. Sou do grupo no astral, chamado: Terra de Maria! Isto mesmo, há uma terra com este nome, são onde espíritos elevados ficam, não que eu mereça, mas habito em um acampamento cigano que há lá. Podem perguntar a Sete saias e a Oriente, porque elas são do mesmo grupo de lá, elas são do: Terra de Maria também. Mas sou de acampamento diferente do delas. Aliais cada uma estamos perto uma das outras, mas os acampamentos ficam razoavelmente longe uma da outra.
Lá é um lugar de muita paz. É terra de Mãe de Jesus a sempre doce e virgem Maria. Trabalhamos, servimos a Deus. Servimos a vocês para que assim a gloria de deus, ou seja, a graça de deus seja feita.
Gosto do perfume de Iemanjá. Das água salgadas. Do incenso de Iemanjá. Da areia do mar. Das conchinhas do mar, estrelas e caramujos do mar também, posto por muito tempo no sol dias e dias.
Sou grata a vida! Grata pela mulher que me amou, grata pelo noivo que eu ia ter, grata pelos 16 anos que passei naquelas terras com minha família e fui muito feliz.
Mas tudo tem um fim e um porque também, somos nós que não compreendemos. E eu quem escolhi assim, pouco tempo de vida para voltar e trabalhar no astral. Amo servir a Deus. Gosto muito de trabalhar com frutas, com diversas frutas. Cada fruta uma propriedade, e em cada propriedade um elemento para se trabalhar a um fim diferente.
Eu uso um cordão grande até a altura do peito mais ou menos com um pingente de cristal, de ouro o cordão. Vez ou ouro troco este cordão, dependendo da função que preciso naquele momento o cordão e da mesma forma, mas com um pingente de pedra do mar azul, ou seja, que é com a pedra de Iemaná. Gosto de fazer magias para o bem com frutas, maçãs, cocos, abacaxis, bananas, uvas, peras, tangerinas. E gosto de tudo muito discreto.
Sou baixa, pele branquinha, porque eu era europeia e lá sol não bate quente, cabelos pretos lisos e olhos pretos também, boca pequena, pouco rosadinha, apesar dela ser de estatura magra a boquinha e gordinha. Gosta de usar tornozeleira e andar descalças. Usa roupas de varias cores, mas em especial azul claro, ou branco ou ainda verde se ela for trabalhar para a cura, pois o mar também tem a coloração verde mar.
Peço que rezem a Deus sempre! E quando quiserem rezem por mim a Deus na praia ou em qualquer lugar.
Pela Ciganinha da Praia, em 1 de abril de 2013
Canalizações: Sofia Clara e Esmeralda